sábado, 12 de setembro de 2009

O começo, um meio para atingir um fim.
31 de julho. Estamos a sós. Duas almas, duas taças de vinho, bruschettas ao forno. Vidas ao vento. Chuva fria que esfria a noite. O vinho acalenta. Há queijo, dois tipos. O altar, o nosso altar. Uma deusa. Luz de velas. A fada que veio cuidar. Projetos. Realidades. Faces de uma mesma moeda, a vida. Perto e longe. Escolhas. Pressão. Mais e menos. O entorno. Absurdos. A valsa vem como algo. O dia a dia. Relaxante, música, aplicada ao silêncio. Crianças crescidas, carinho em falta.
Apesar do clima um tanto frio, aproveitado como um convite para ficar em casa. Acordando cedo para ir ao banheiro. Volta para cama por mais algumas poucas horas. Café, nada demais e tudo em cima. Aproveito para limpar o lixo do computador, liberando mias memória. Decidi não sair. Conversas com a esposa, minha deusa, minha musa. Atingimos juntos ao Santo Graal. Um chocolate quente, e o que vai ter de almoço? Uma receita adaptada, sugerida por ela. Trilha sonora nacional, começando por Sá & Guarabyra. Abobrinhas cortadas bem finas, cozidas em frigideira untada com óleo de canola. Após cozidas, reservadas. Hora de picar meia cebola bem miúda e três dentes de alho. Aquece-se a água para o macarrão (uma massa caseira dessas compradas em supermercados) com algumas gotas de óleo, antes de ferver acrescento meia colher de sobremesa de sal. Hora do CD do Milton (Travessia). Lava-se bem meio maço de hortelã, folha a folha, mantendo-as por ao menos dez minutos em molho com hipoclorito de sódio (garantia de não encontra surpresas). Nova lavagem, seguida de drenagem completa. Bem secas as folhas são picadas ao mínimo possível. Acrescenta-se meia colher de chá de sal, rega-se com azeite extra-virgem e meia colher de azeite do molho de pimenta dedo-de-moça (pode ser gengibre, mas não tinha em casa, na próxima vez será usado) – essa parte foi a minha companheira que fez. Enquanto isso dourava a cebola e o alho, tomando cuidado para não queimar (segredo é manter o fogo baixo e mexer constantemente). Mistura-se bem as abobrinhas, acrescentando o macarrão já drenado e aos poucos o molho de hortelã. Mexer com cuidado com auxilio de dois garfos e servir em seguida. Na hora de sentar na mesa, se inicia uma audição de parte da obra do Chico, o Buarque de Holanda. Recomenda-se acompanhar com um bom vinho (houve tempo que o próprio Chico trocaria seu reino por uma cerveja, mesmo ele reviu seus conceitos). Tomamos duas garrafas: ao longo do preparo um blended uruguaio, engarrafado por empresa de renome nacional, de tannat com merlot, aberto na noite anterior; acompanhando a refeição um malbec chileno (reserva-se o direito de não citar rótulos, afinal .... quem procura acha). Para alguns cairia melhor um bom branco. Mas novas experiências e certas ousadias são bem vindas. Dessa vez o conjunto da obra passou com mérito. Como sobremesa, uma paçoca (dessas compradas em um bom supermercado), fechando com morangos com leite condensado. Faltou um cálice de brandy, ou de jerez, ou mesmo de um porto para o fecho final. Na próxima vez.... Já marcamos a data.

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