domingo, 13 de setembro de 2009

O brasileiro não sabe escrever. O brasileiro não gosta de ler. O brasileiro não sabe pensar!!!! O que se espera deste país no futuro?

Certo dia escutei uma estória real. Dizia respeito a uma professora que, como todo dia, entrava na sala de aula com a intenção de passar a frente ao menos um pouco do que era paga para fazer. Mas como todo dia, os alunos faziam algazarra. Quando interpelados estavam sempre a dar de ombros, dizendo que “não pegava nada” e viravam de costas e continuavam a conversar com os amigos. Alguns até mesmo deixavam claro que estavam ali não para estudar (“coisa chata fessora”) mas para ver os amigos. De quem seria a culpa? Como ex-aluno da rede estadual e federal de ensino durante quase toda a minha vida discente (membro de classes que se não eram das mais silenciosas, tinham enfim o respeito pelos mais velhos que hoje não existe mais), tendo experiencia em graduação universitária e em pós-graduação, permito-me (quem irá dizer que não o posso?) tecer meus comentários e críticas. Para alguns engravatados de plantão o problema estaria no professor e pronto (ou seria ponto?). Acham que bastam criar “belíssimas” teorias imaginando ser nosso país qualquer potência na área de educação, sem, no entanto, entender a práxis dentro da sala de aula. O maior erro é a tal da progressão continuada, o que faz com que o aluno vá à escola para comer e ver os amigos já que não “pega nada” não estudar. Alguns professores, em sua boa parte, apoiados e incentivados por diretores, tem maior interesse no bônus que o Estado (em alguma outra unidade da federação, além de SP, tem isso?) oferece para as escolas que apresentarem maior rendimento, de modo a que esses professores e diretores queiram facilitar as coisas rompendo o compromisso com a Ética e com a Educação (penso que esses são criminosos!), deixando a “zona rolar” e dando notas em cima de cadernos “bonitinhos” (isso não é crime, lesar a futura geração?). O magistério perdeu o brio, o status do passado e essa modernização vem tendo consequências desastrosas na formação das atuais gerações. Mesmo em escolas particulares, o lucro (a Ode ao Deus Dinheiro) parece ter prevalência sobre a qualidade de ensino (basta observar o que se vê nas provas do ENEM). O que se pode esperar do aluno que atinge a universidade? Quem dá aulas sabe. A revolução deveria vir debaixo, sem muitas teorias mas com práticas efetivas. O aluno deveria ter gosto e saber exigir ensino de qualidade. Os pais, a muito afastados da obrigação do educar, culpam a escola por uma culpa que não sabem assumir. O melhor caminho é se assumir sub-desenvolvido (em educação nós infelizmente somos) e admitir que “progressão continuada” é muito bonito quando se tem estrutura, tradição e, por que não, bons salários. Hoje temos faculdades formando “professores” (licenciatura plena) em três anos que não sabem as quatro operações básicas, nem escrever uma carta, e nem pensar (“não pega nada”)! A hora da cobrança chegou, mas quem quer receber a conta? Deixemos para depois?

4 comentários:

  1. Texto muito real, sou professora e entendo bem esta antidinâmica do Estado.
    Silvana Spina

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  2. Você expressou muito bem a atual situação do ensino brasileiro. Não somente devemos culpar o governo, pois os alunos não saem de casa para adquirir o conhecimento.
    Atualmente o governo de São Paulo está implantando um novo sistema de ensino(ou já está em prática), o fato é que os alunos não serão mais "preparados" para encarar um vestibular, serão "preparados" para melhor viver em sociedade.

    E eles percebem a mudança? Não!
    Afinal: "não pega nada, fessora"

    Parabéns pelo post.

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  3. olha sou aluna e gostei do seu texto foi bem elaborado, mas acho que quem deve culpar isso tudo ai, somos nós mesmo. Devemos cobrar do governo muitas coisas e acabamos deixando de lado a educação. hoje em dia muita coisa é útil só não sabemos usar, ter consiência e admitir os nossos erros são bem mais importantes. Quer educação vá cobra e aposto que não são poucas pessoas que veem buscando isso, elas só não tem oportunidade. Gabriela Monteiro

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  4. Vc também deixa um bocadinho a desejar em sua escrita. Autocrítica é uma virtude!

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