quarta-feira, 30 de setembro de 2009

quase haicai

Ver a vida, via andante.
anteontem, eu me via.
andante, me via,
vida a ver.

Se ocupas um espaço e te mexes, estás vivo.

Semblantes na luz da escuridão.
o claro do trovão.
Há luz e medo. assombros.
Esvai-se a busca por calma.
Preenche-se o vazio com o quê.

Reminescências dominicais

Querer tirar férias da moralidade do mundo, dos pensamentos.
O enigma da consciência. A consciencia está no seu cérebro ou em sua mente?
Sabe-se o que se é e sabe-se da finitude da vida. Dúvidas, misterios.
Eu? Porque eu sou eu e não eu outra pessoa?
Descoberta que eu sou quem eu sou, e ...?
A via vai, segue serpenteando e acontecendo em revelia a isso.
Separar consciência de inconsciência. A relatividade perante o todo.
Minhas verdades por vezes são mesmos as minhas mentiras. Consciência inconsciente.

Por ações mais próximas das demandas das atividades pesqueiras

Não carece divagar sobre como anda a pesca brasileira: papel não falta nas estantes de um grande número de Instituições. O depauperamento da atividade pesqueira nas ultimas duas décadas do ponto de vista econômico teve reflexos diretos nos aspectos sociais e nos faz repensar o nosso papel ao longo da história da atividade no país. Os problemas são (e continuam) emergenciais e as soluções, quando propaladas, não saem das gavetas ou estantes, ou, quando muito, acabam se tornando até mais danosas, pois se traduzem apenas em atos imediatistas. Penso que isso poderia ser o reflexo da falta de uma política nacional no setor, ou quem saber, da desunião de seus pares, ou ainda do uso unicamente político da questão sem os considerandos técnicos, da falta de estrutura, mas, e sobretudo, da vontade política de quem pode decidir. Isso agrava a, por vezes, insana, tentativa de uns poucos em busca de uma natural procura de uma resposta à sociedade que paga pelas vacilações, inconsistências e incongruências da escassez e/ou da inadequação de políticas públicas. A culpa, e a bronca, é disseminada e geral; ninguém pode ser dono da verdade.
Algumas verdades são de consenso geral e nem assim os setores conseguem apresentar uma proposta tangível, mostrando a incapacidade de irem além da costumeira verborragia.
Por vezes, as Instituições, despreparadas, mal equipadas e com precária infra-estrutura, tem a tranqüila e danosa posição “... isso não é problema nosso”, perdendo a oportunidade de ocupar espaços que lhe são de direito e dever, e cumprir o enunciado em suas missões/atribuições, como lhe imputa a sociedade. A freqüente intenção de tornar periférico o debate, desprezando suas conclusões e evitando um confronto com o status quo estabelecido (“o poder emana do povo”?) têm erroneamente servido como desculpa a atos falhos, que infelizmente, ainda são uma constante, devido a um distanciamento, e/ou a um desconhecimento, dos problemas do setor (que deveriam ser encarados como também nossos) seja pela nossa incompetência em resolvê-los, ou por motivos outros, designáveis ou não, que nos tornam co-partícipes (ainda que não assumidos) dessa culpa.
Os incentivos financeiros exigidos pelo setor devem ser de comum uso para a conservação e melhoria da atividade, e cabe a parcela científica apontar saídas que permitam a sua continuidade (sem a atividade não há pesquisa e sem a pesquisa também não haveria a atividade). A necessidade de ir ao encontro do setor e recebê-lo em nossa casa é ponto inquestionável. A carência de recursos deveria ser suprimida com maior e melhor boa vontade das partes que deveriam “sentar mais” discutir mais e dividir mais as misérias atuando em ações práticas.
A que bem preze a necessidade de um mercado comum integrado, qual seria a política a ser corretamente desenvolvida e impingida ao setor pesqueiro nacional? Milho aos pombos?! A luta é contínua, e para se alcançar sucesso deverá integrar todas as partes, mas, sobretudo, ser encarada e levada com coragem, pois as partes juntas formam uma força e separadas continuarão tão somente como vozes dissonantes a declamar ou a cruzar seus braços.
Alguns pontos para reflexão:
- descentralizar recursos, mas centralizar ações, com a participação de todos os setores, e que, ainda que partam de bem-intencionados, não “morram nas praias” das mesas de gabinetes do poder;
- promover um programa multifacetado de ações, multifinanciado que atenda às necessidades mínimas do setor produtivo;
- desenvolver e ampliar programas de educação e treinamento procurando oferecer melhores condições aos pescadores em termos de educação formal, saúde e transferência de tecnologia possibilitando um produto final de melhor qualidade;
- promover debates temáticos freqüentes de ampla divulgação em que a participação das parcelas do setor (na prática) seja importante para a definição de tomadas de medidas de manejo e de ordenamento pesqueiro;
- definir políticas nacional e regionais para o setor que possam atender às demandas básicas das necessidades através da elaboração, pelas partes envolvidas, de planos de metas e de ações factíveis (não somente factóides);
- assumir-nos como elementos de um conjunto, passíveis de cobranças e, principalmente, com deveres mútuos perante à sociedade.
Somos o que queremos ou podemos ser. Resta definir e assumir.

Reminescências Literárias

"A paciência é amarga, mas seu fruto é doce"
Jean Jacques Rousseau

Reminescências Literárias I

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... "

Fernando Pessoa.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A escrever, talvez muito. Apercebe-se a vontade, mas a preguiça, digna companheira, me solicita. Penso no dia, nos atos ocorridos, nos passos dados. Penso no ontem, mas com saudades do futuro. Penso no amanhã, no que há a fazer. Vivo mesmo essa uma paixão desenfreada, que me consome por dentro, que me inspira, que me é lasciva, que me faz querer crescer, que me leva à quase loucura, que me exaspera, mas que me quer bem. O que há por detrás dos sonhos? Perspectivas? Possibilidades? Realidades talvez.
Necessidade de vivenciar todas as alternativas. Um ponto de opção nem sempre a querer que se torne realidade, mas que haja perspectivas possíveis.

domingo, 13 de setembro de 2009

O brasileiro não sabe escrever. O brasileiro não gosta de ler. O brasileiro não sabe pensar!!!! O que se espera deste país no futuro?

Certo dia escutei uma estória real. Dizia respeito a uma professora que, como todo dia, entrava na sala de aula com a intenção de passar a frente ao menos um pouco do que era paga para fazer. Mas como todo dia, os alunos faziam algazarra. Quando interpelados estavam sempre a dar de ombros, dizendo que “não pegava nada” e viravam de costas e continuavam a conversar com os amigos. Alguns até mesmo deixavam claro que estavam ali não para estudar (“coisa chata fessora”) mas para ver os amigos. De quem seria a culpa? Como ex-aluno da rede estadual e federal de ensino durante quase toda a minha vida discente (membro de classes que se não eram das mais silenciosas, tinham enfim o respeito pelos mais velhos que hoje não existe mais), tendo experiencia em graduação universitária e em pós-graduação, permito-me (quem irá dizer que não o posso?) tecer meus comentários e críticas. Para alguns engravatados de plantão o problema estaria no professor e pronto (ou seria ponto?). Acham que bastam criar “belíssimas” teorias imaginando ser nosso país qualquer potência na área de educação, sem, no entanto, entender a práxis dentro da sala de aula. O maior erro é a tal da progressão continuada, o que faz com que o aluno vá à escola para comer e ver os amigos já que não “pega nada” não estudar. Alguns professores, em sua boa parte, apoiados e incentivados por diretores, tem maior interesse no bônus que o Estado (em alguma outra unidade da federação, além de SP, tem isso?) oferece para as escolas que apresentarem maior rendimento, de modo a que esses professores e diretores queiram facilitar as coisas rompendo o compromisso com a Ética e com a Educação (penso que esses são criminosos!), deixando a “zona rolar” e dando notas em cima de cadernos “bonitinhos” (isso não é crime, lesar a futura geração?). O magistério perdeu o brio, o status do passado e essa modernização vem tendo consequências desastrosas na formação das atuais gerações. Mesmo em escolas particulares, o lucro (a Ode ao Deus Dinheiro) parece ter prevalência sobre a qualidade de ensino (basta observar o que se vê nas provas do ENEM). O que se pode esperar do aluno que atinge a universidade? Quem dá aulas sabe. A revolução deveria vir debaixo, sem muitas teorias mas com práticas efetivas. O aluno deveria ter gosto e saber exigir ensino de qualidade. Os pais, a muito afastados da obrigação do educar, culpam a escola por uma culpa que não sabem assumir. O melhor caminho é se assumir sub-desenvolvido (em educação nós infelizmente somos) e admitir que “progressão continuada” é muito bonito quando se tem estrutura, tradição e, por que não, bons salários. Hoje temos faculdades formando “professores” (licenciatura plena) em três anos que não sabem as quatro operações básicas, nem escrever uma carta, e nem pensar (“não pega nada”)! A hora da cobrança chegou, mas quem quer receber a conta? Deixemos para depois?

sábado, 12 de setembro de 2009

O mundo, às vezes, parece engraçado, na falta de graça que pode demonstrar. Mas não falo do mundo físico, mas sim do mundo dos homens.
O começo, um meio para atingir um fim.
31 de julho. Estamos a sós. Duas almas, duas taças de vinho, bruschettas ao forno. Vidas ao vento. Chuva fria que esfria a noite. O vinho acalenta. Há queijo, dois tipos. O altar, o nosso altar. Uma deusa. Luz de velas. A fada que veio cuidar. Projetos. Realidades. Faces de uma mesma moeda, a vida. Perto e longe. Escolhas. Pressão. Mais e menos. O entorno. Absurdos. A valsa vem como algo. O dia a dia. Relaxante, música, aplicada ao silêncio. Crianças crescidas, carinho em falta.
Apesar do clima um tanto frio, aproveitado como um convite para ficar em casa. Acordando cedo para ir ao banheiro. Volta para cama por mais algumas poucas horas. Café, nada demais e tudo em cima. Aproveito para limpar o lixo do computador, liberando mias memória. Decidi não sair. Conversas com a esposa, minha deusa, minha musa. Atingimos juntos ao Santo Graal. Um chocolate quente, e o que vai ter de almoço? Uma receita adaptada, sugerida por ela. Trilha sonora nacional, começando por Sá & Guarabyra. Abobrinhas cortadas bem finas, cozidas em frigideira untada com óleo de canola. Após cozidas, reservadas. Hora de picar meia cebola bem miúda e três dentes de alho. Aquece-se a água para o macarrão (uma massa caseira dessas compradas em supermercados) com algumas gotas de óleo, antes de ferver acrescento meia colher de sobremesa de sal. Hora do CD do Milton (Travessia). Lava-se bem meio maço de hortelã, folha a folha, mantendo-as por ao menos dez minutos em molho com hipoclorito de sódio (garantia de não encontra surpresas). Nova lavagem, seguida de drenagem completa. Bem secas as folhas são picadas ao mínimo possível. Acrescenta-se meia colher de chá de sal, rega-se com azeite extra-virgem e meia colher de azeite do molho de pimenta dedo-de-moça (pode ser gengibre, mas não tinha em casa, na próxima vez será usado) – essa parte foi a minha companheira que fez. Enquanto isso dourava a cebola e o alho, tomando cuidado para não queimar (segredo é manter o fogo baixo e mexer constantemente). Mistura-se bem as abobrinhas, acrescentando o macarrão já drenado e aos poucos o molho de hortelã. Mexer com cuidado com auxilio de dois garfos e servir em seguida. Na hora de sentar na mesa, se inicia uma audição de parte da obra do Chico, o Buarque de Holanda. Recomenda-se acompanhar com um bom vinho (houve tempo que o próprio Chico trocaria seu reino por uma cerveja, mesmo ele reviu seus conceitos). Tomamos duas garrafas: ao longo do preparo um blended uruguaio, engarrafado por empresa de renome nacional, de tannat com merlot, aberto na noite anterior; acompanhando a refeição um malbec chileno (reserva-se o direito de não citar rótulos, afinal .... quem procura acha). Para alguns cairia melhor um bom branco. Mas novas experiências e certas ousadias são bem vindas. Dessa vez o conjunto da obra passou com mérito. Como sobremesa, uma paçoca (dessas compradas em um bom supermercado), fechando com morangos com leite condensado. Faltou um cálice de brandy, ou de jerez, ou mesmo de um porto para o fecho final. Na próxima vez.... Já marcamos a data.
Boa tarde. Tempos passaram a pensar na criação de um meio a me comunicar com o espaço virtual além do já clássico email. Nessa procura olhei outros blogs, fotologs e afins para verificar o que mais se adequava ao que eu pretendia. Cheguei até a criar um blog prévio, porém ele não era bem uma parte de mim e o abandonei no nascedouro. Agora retomo, incentivado por alguns. Porém, a quem desejar ler essas linhas, já informo que não pretendo ser diário, nem semanário. Penso que tenho que ser o que sou: atemporal. Seria muita pretensão? Me permito a dizer que não. Espelho sem reflexo.

Daí alguém pode me perguntar o porquê do título. Eu acredito que seja o que cada um de nós procura sempre. Achar esse Alguém que habita as nossas profundezas e degladiar com ele na busca da construção de um ser EU melhor. Eu continuo tentando, mas e vocês?