quinta-feira, 4 de março de 2010

Domingo na praia

Bela paisagem. Pena que a areia não ajude. O que está sobre a canga vermelho-sangue me fascina. Sinto-me como tal, o guardião.
A praia está vazia. Foram poucos os que acreditaram no sol fraco, os que se aventuraram a enfrentar o primeiro dia do horário de verão daquele ano. Venta um pouco nestas latitudes nesta época do ano. E isso refresca os aol das 11:30 h, já no novo horário, o de verão. Pasmem! Choveu a semana inteira, hoje a praia deveria estar cheia. Alguns poucos correm. Pessoal mais idoso se reune em conversas em grupos reservados, caminham um pouco, observam alguam coisa, comentam entre si, e seguem em sua caminhada a passo pequeno.
Navios entram e saem do porto. Um dia achei isso bonito, já vai longe esse dia. A vista acostumou-se e hoje não vejo a beleza de ontem. Prefiro a bela paisagem a minha frente, que agora se move, não fica quieta sobre a canga. Gostei da combinação de cores, do verde e do branco, de seu biquini. Pena que não possa pular por cima. Quem sabe mais tarde.
Uma criança com cara de perdida. Chegou antes à areia do que os pais. Um carro da guarda municipal enfeia a paisagem ao fundo. A criança achou os pais.
Um filho joga bola com o pai. Pessoas outras caminham, poucos querem correr. O dia azul é um convite ao ócio ao ar livre. Após a semana de chuvas (e a praia não está cheia?).
Não se pode falar em moda praia por aqui.
Um grupo de possíveis turistas se aproxima. Passa ao largo. Lembro-me do livro inacabado e retorno à leitura. Mas me vem na mente as outras coisas que deixei inacabadas. Não sei se um dia as farei. Acumulam-se.
Fico a imaginar o muito a escrever e a constante desculpa de não ter encontrado o tempo. Talvez espero que ele me ache.
Definitivamente não gosto de pescar!
As curvas da estarda á minha frente me seduzem. Quero dirigir por elas.
Pessoas vem o mar como seu banheiro público. sempre me incomodou isso, apesar de saber da poderosa ação diluidora. Seria respeito excessivo?
São poucos as embarcações de recreio à minha frente. Esse mar enorme e a falta de cultura náutica. Quero ir para Ilhabela!
Esse belo corpo a minha frente inspira meus pensamentos, esqueça da praia, quero me perder. seria um encontro (o "self" psicanalítico). Preciso aperfeiçoar minhas leituras, não ouso falar besteiras. Eu aqui pensando em me perder para me encontrar!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Promoção por mérito encarada como avanço.

Faço minha as palavras abaixo.

Promoção por mérito encarada como avanço.
Outras classes de funcionários do Estado possuem esse tipo de promoção, e que no começo era muito semelhante à nossa, ou seja, com possibilidade única de mudança de nível somente a cada quatro anos. Após intensos debates promovidos junto às suas associações e representantes do governo, obtiveram redução desse intervalo, a cada dois anos. Porém, convêm informar que apesar de diferentes atuações, esses profissionais não deixam de ser avaliados. Os atuais e futuros professores não devem ter receio de serem avaliados, de requerer como padrão de promoção único o seu tempo de serviço. E, ainda que não atenda necessariamente aos completos interesses da classe, a presente forma de avaliação deve ser encarada como um avanço sim, que, porém, deve ser aperfeiçoado.
No entanto, não é somente isso que deve ser considerado na luta dos docentes pela melhoria das condições de ensino. Todos nós reclamamos com imensa razão das dificuldades que enfrentamos na sala de aula, mas quantos de nós estamos realmente preparados para exercer condignamente o magistério? Façam suas auto-avaliações.
Temos que ter cuidado de não sermos utilizados como massa de manobra por políticos e candidatos a políticos. Se quisermos ser respeitados, devemos primeiro saber nos fazer representar. Ao chegar perto das eleições vemos diversos destes cidadãos muito interessados em se fazerem representantes da classe, objetivando votos. Se seu candidato vence, abre mão do apoio recebido da classe e passa a ditar as regras impostas pelo governo a quem abraçou, mas abandonam o barco e o discurso quando não obtêm o que almejam. Um destes casos recentes atende pelo nome de Gabriel Chalita, cujas falas não passam de mera e oportunista jogada política, aproveitando a inocência dos professores com um único objetivo de colocar-nos contra o atual governo, do qual até pouco tempo fez parte, inclusive como Secretário de Educação (esclareço que não tenho quaisquer preferências político-partidárias).
Mas de qualquer maneira mesmo o Chalita apresenta boas idéias, porém lhe falta maior práxis. Por exemplo, em vídeo bastante divulgado na internet, ele se coloca contrário à forma de avaliação para a promoção do professor do Estado de São Paulo, de maneira panfletária ele afirma que a prova é uma “excrescência”, sem apresentar uma alternativa. Vale lembrar que praticamente toda classe laboral tem contínua avaliação de seu desempenho, devendo responder por sua responsabilidade técnica, como engenheiros e médicos, dentre outros. Se nos consideramos aptos, qual seria o medo de que nos avaliem? Não é uma questão de esperarmos que sejamos defendidos por este ou por aquele (independente de estarem em plena campanha política). Não queremos melhor educação, que deixemos de ser professores para sermos de fato educadores? Que saibamos criar, despertar e ensinar aos alunos a interpretar o dia-a-dia através do conhecimento? Que saibamos redigir um texto expondo de forma clara as nossas preocupações? Aqui uma inserção com respeito à prova: ela poderia ser discursiva e não de múltiplia escolha, de modo a reduzir a chance da loteria do “x”. Acredito que este possa vir a ser o caminho para que a Educação possa ser exercida com excelência, com docentes comprometidos e bem remunerados por isso, como ocorre em diversos países onde a Educação é, de fato, levada a sério.
Um primeiro passo já o obtemos, a promoção por mérito. Faz-se necessário que nos organizemos e apresentemos propostas viáveis de reforma da Educação. Nessa proposta deve-se pensar - emergencialmente - na redução do número de alunos por sala de aula (a UNESCO recomenda um máximo de 25), viabilizando assim uma melhoria na qualidade da educação ministrada, considerando ainda a redução do estresse dos professores, gestores, funcionários e alunos. Essa única mudança geraria outras inúmeras vantagens, advindas da construção de novas unidades escolares, ampliação da contratação de funcionários e melhora do entrosamento escola-comunidade.
A promoção por mérito e a redução de alunos por sala de aula seduzirá jovens competentes a ingressarem em cursos de licenciatura. Prova disso é a existência de grande número de vagas disponíveis nas melhores universidades públicas do país.
Lia Ardachnikoff – 24/01/2010